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Fãs de música brasileira vem sendo agraciados a todo instante com documentários relevantes sobre nomes seminais da nossa arte mais festejada mundo afora. Depois de Nara, Tremendão, Festivais, o céu é o limite. E uma amostra desta pujança está disponível no In-Edit Brasil, festival que com a pandemia migrou para o ambiente virtual, agora em 2022, com o relaxamento das medidas anti-covid volta a ter presença de público mas mesmo assim manteve alguns filmes disponíveis gratuitamente para exibição na página do evento, tornando-se um evento híbrido, como muitas atividades de lazer, trabalho e ensino.
Belchior-Apenas um Selvagem, de Natália Dias e Camilo Cavalcanti tem imagens de arquivo e depoimentos do artista morto em 2017. Secos & Molhados traz João Ricardo, que formou com Ney Matogrosso e Gerson Conrad o trio que balançou as estruturas do show-business nacional no começo da década de 1970 dando um depoimento a Otávio Juliano. O manguebeat está representado no doc de Jura Capela, Manguebit, enquanto o instrumental garante presença em A Música Natureza de Léa Freire. Tem espaço ainda para o rock dos Garotos Podres, Sidney Magal e a arte do fotógrafo Cafi, que é responsável por capas imortais de álbuns como Clube da Esquina, de Milton Nascimento e Lô Borges.
O In-Edit Brasil 2022 - Festival Internacional do Documentário Musical, que já conta quatorze edições realizadas, vai até 26 de junho e reúne apresentações musicais junto às exibições em espaços dedicados à sétima arte em São Paulo. Para quem não está na capital paulista, basta entrar na página do festival, fazer um cadastro básico e ter acesso aos filmes disponíveis (são 67, mas nem todos estão abertos para apreciação online).
E como quem gosta de música não conhece fronteiras, estando em SP vale muito ver o doc sobre o A-Ha e a estrela do festival, um documentário que cobre 5 anos da turbulenta vida de Sinéad O’Connor, atormentada e talentosa cantora irlandesa que surgiu para o grande público com sua versão definitiva de Nothing Compares 2U, de Prince. A canção, por sinal, também empresta seu nome para batizar o filme de 97 minutos de duração.

ROBERTO VIEIRA

Roberto Vieira é diretor da BRio, radialista, publicitário e autor de No Tempo do Mundo - Crônicas de um Locutor que Escreve, disponível para compra em https://amzn.to/2ZGGt09